Bio-Broly: O Pior Filme de Dragon Ball Z?

Na galeria de vilões de Dragon Ball Z, poucos nomes ecoam com tanta força quanto o de Broly. Sua estreia em "O Poder Invencível" o cimentou como um ícone de fúria e poder destrutivo. Sua sequência, "A Volta do Guerreiro Lendário", solidificou seu status. E então, em 1994, veio o terceiro e último capítulo da trilogia original: "O Combate Final: Bio-Broly". Este não é apenas um filme; é uma das peças mais bizarras, controversas e, para muitos, decepcionantes de toda a história da franquia.

Mas será que "Bio-Broly" é realmente tão ruim quanto sua reputação sugere? Ou existe algo de valor a ser encontrado neste experimento que deu terrivelmente errado? No Dragon Ball Maniacos BR, vamos mergulhar na gosma e descobrir.

Resumo da Trama: Ciência, Vingança e... um Monstro de Lodo?

A história começa de forma inusitada, com Mr. Satan sendo desafiado por um antigo rival dos tempos do tatame, o Barão Jaguar. Acompanhado pela Androide 18 (que está lá para cobrar uma dívida de 20 milhões de Zeni), Goten e Trunks, o grupo viaja para a ilha-laboratório de Jaguar. Lá, eles descobrem um segredo sombrio: cientistas, a serviço do Barão, criaram um exército de "bio-guerreiros". A arma suprema deles? Um clone criado a partir de uma amostra de sangue do Lendário Super Saiyajin, Broly. Um acidente com o fluido de cultura química faz com que o clone seja liberado prematuramente, emergindo não como o guerreiro imponente que conhecemos, mas como uma criatura deformada, coberta por um lodo corrosivo e com a inteligência de uma porta: o Bio-Broly.

Bio-Broly: O Pior Filme de Dragon Ball Z?

O Protagonismo Inusitado: Goten, Trunks e a Mercenária Androide 18

Com Goku e Vegeta ausentes (o filme se passa durante a Saga Buu, então eles estão no Outro Mundo), o fardo de salvar o dia recai sobre a nova geração. O filme depende quase inteiramente da dinâmica cômica e infantil de Goten e Trunks, o que já afasta os fãs que esperavam uma batalha épica nos moldes dos filmes anteriores. O grande destaque, no entanto, é a participação da Androide 18. Ela assume um papel de protagonista, lutando de igual para igual com os bio-guerreiros e sendo a voz da razão (e da ganância) no grupo. Vê-la em ação, mesmo que sua motivação seja puramente financeira, é um dos pontos altos do filme.

Bio-Broly: O Pior Filme de Dragon Ball Z?

Análise do "Vilão": A Descaracterização de uma Lenda

Aqui reside o maior pecado de "Bio-Broly". A decisão de transformar Broly, um personagem que, apesar de simples, era um ícone de fúria Saiyajin e poder incontrolável, em um monstro de lodo genérico e sem cérebro é uma das piores descaracterizações da história da franquia. Bio-Broly não tem personalidade, não tem falas memoráveis (apenas o clássico "Kakarotto!") e não possui a presença aterrorizante do original. O design, que troca a estética imponente do Lendário Super Saiyajin por uma aparência de "vilão de Scooby-Doo coberto de gosma", é a pá de cal no legado do personagem.

Bio Broly!

A Batalha: Água do Mar e um Kamehameha Triplo

O combate contra Bio-Broly abandona a troca de golpes épica e se torna quase um quebra-cabeça científico. Rapidamente, os heróis descobrem que o fluido cultural que compõe o corpo do monstro se solidifica e se torna quebradiço ao entrar em contato com a água do mar. O clímax do filme não é uma disputa de poder, mas sim uma corrida para inundar o laboratório. A conclusão vem com a chegada conveniente de Kuririn, que se junta a Goten e Trunks para disparar um Kamehameha Triplo, não diretamente no inimigo, mas em um tanque acima dele, para criar uma onda gigantesca que finalmente petrifica a criatura.

Kamehameha triplo!

O Veredito: É Realmente o Pior Filme de DBZ?

Vamos ser justos e analisar os dois lados da moeda.

Pontos Positivos: O filme dá um raro protagonismo a Goten, Trunks e, especialmente, à Androide 18. A primeira metade, com o mistério na ilha, tem um charme de aventura que lembra o Dragon Ball clássico. Kuririn também tem seus momentos de heroísmo, mostrando sua bravura ao salvar civis.
Pontos Negativos: A lista é longa. A desrespeitosa caracterização de Broly é o principal problema. O humor é muitas vezes infantil e irritante. A sensação de perigo é quase nula, e o clímax baseado em uma fraqueza química é profundamente anticlimático para um filme de Dragon Ball Z.